Mito Trapalhão

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Oito gerações correm em suas veias,
não haveria como negar o que será,
a comédia é seu destino e o circo seu lugar.

Dos picadeiros, dos milhares pelo mundo,
deste seja composto, como da plateia que o encara.
O chão batido, a lona furada, o público mudo,
serão seus companheiros de verdade rara.

Da lona estendida no descampado
surge o palhaço questionado,
tua cara limpa não esconde
teu passado desalmado.

Simples seria se fosse só melancolia,
mas muito falta no seu sorriso,
tanto que, verdade não haveria.

Divina foi sua senda para ocupar o lugar,
que o enfado insistia em ficar.
É hoje o que eternamente lembrarão,
é um mito trapalhão.

(Arthur Senra)

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